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Centro de Referência de ECMO-CHSJ: um serviço pioneiro no País na assistência emergente do Doente com falência cardiopulmonar grave

14 de Novembro de 2017
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Cerca de um ano após a assinatura do protocolo entre o Centro Hospitalar São João, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e o Instituto Português de Sangue e Transplantação (IPST) que deu origem ao primeiro projeto ECMO (ExtraCorporeal Membrane Oxygenation) na paragem cardiorespiratória refratária do país, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atribuiu a este organismo do CHSJ, o estatuto de Centro de Referência nesta área.

O ECMO é uma técnica de suporte vital extracorporal que permite a substituição temporária das funções pulmonar e cardíaca nos casos de falência respiratória e/ou circulatória aguda grave refratária ao tratamento convencional (e.g. ventilação mecânica invasiva e aminas simpaticomiméticas, respetivamente). Os progressos recentes verificados nesta técnica, com componentes mais biocompatíveis e sistemas miniaturizados, compactos e portáteis, vieram expandir a utilização do ECMO com a possibilidade de referenciação atempada e resgate em segurança destes Doentes para centros especializados.

No entanto, segundo Roberto Roncon, responsável do projeto ECMO, “trata-se de uma técnica de tratamento complexa, de alto risco e com custos elevados, que exige uma equipa multidisciplinar e multiprofissional diferenciada com capacidade de resposta imediata 24/7. Existe um amplo consenso na comunidade científica internacional que o ECMO deve ser efetuado apenas em centros especializados com elevado volume de casos e know-how, por forma a garantir a sua utilização com segurança, por um lado, e a otimização dos recursos humanos, materiais e logísticos necessários à correta execução da técnica, por outro. De facto, um estudo observacional internacional e multicêntrico recente demonstrou uma relação direta entre a casuística anual em ECMO e a taxa de sobrevivência”.

Com o objetivo de promover a correta organização dos centros especializados em ECMO e garantir o acesso atempado dos Doentes a esta técnica, foram publicados recentemente vários documentos de consenso e guidelines com recomendações específicas para a organização e acesso ao ECMO.

Nomeadamente, a International ECMO Network publicou, com o apoio da Extracorporeal Life Support Organization (ELSO), critérios específicos para a organização de programas de ECMO na falência respiratória aguda. No que concerne a utilização do ECMO na falência circulatória aguda, a European Society of Cardiology nas suas guidelines mais recentes de diagnóstico e tratamento da insuficiência cardíaca, recomenda expressamente a transferência precoce de todos os Doentes em choque cardiogénico para centros terciários com unidade de cuidados intensivos dedicada e um programa de suporte circulatório mecânico de curta duração.

“Em Portugal não existe ainda uma rede formal de ECMO. Este aspeto tem constituído um importante entrave à equidade no acesso a esta técnica, uma vez que não existem critérios uniformes de referenciação e acesso dos Doentes a este tratamento complexo, altamente específico, diferenciado e oneroso. Por outro lado, a inexistência de uma rede formal permite a prática ocasional da técnica em hospitais sem experiência nem condições logísticas para a sua correta execução, sem avaliação dos resultados clínicos”, explica Roberto Roncon.

“Neste contexto, a presente candidatura do Centro Hospitalar São João a Centro de Referência para a área de ECMO pretende contribuir para a equidade no acesso a esta técnica de suporte vital extracorporal temporário em Portugal, de acordo com as mais recentes evidências científicas e em conformidade com as melhores práticas clínicas”, remata o Clínico.

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